Parece uma banheira futurista.
Parece uma banheira futurista. Com luzes e tudo. Com tampa e tudo. Com música ambiente e tudo. Com botões que controlam o tudo daquilo.
A água salgada facilita o processo. É impossível não flutuar.
Parece simples e 40 minutos não são muitos minutos... até passarem a ser.
Perdi a roupa e o peso. Deitada num morno tapete salgado, decidi aproveitar o tempo para meditar.
Fechei a tampa. Era só uma tampa.
Apaguei as luzes. Eram só umas luzes.
Desliguei a música. Eram só uns sons.
Passada a claustrofobia inicial percebi a tranquilidade da privação sensorial. A ausência. Talvez apenas o batimento cardíaco ao fundo do ouvido direito. O sussurro da respiração.
Sabe bem conseguir não fazer nada por uns minutos a não ser existir. Sem luz. Sem som. Sem peso(s).