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com a cabeça entre as orelhas

com a cabeça entre as orelhas

16
Dez20

Parece uma banheira futurista.

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Parece uma banheira futurista. Com luzes e tudo. Com tampa e tudo. Com música ambiente e tudo. Com botões que controlam o tudo daquilo.

A água salgada facilita o processo. É impossível não flutuar.

Parece simples e 40 minutos não são muitos minutos... até passarem a ser.

Perdi a roupa e o peso. Deitada num morno tapete salgado, decidi aproveitar o tempo para meditar. 

Fechei a tampa. Era só uma tampa. 

Apaguei as luzes. Eram só umas luzes.

Desliguei a música. Eram só uns sons.

Passada a claustrofobia inicial percebi a tranquilidade da privação sensorial. A ausência. Talvez apenas o batimento cardíaco ao fundo do ouvido direito. O sussurro da respiração.

Sabe bem conseguir não fazer nada por uns minutos a não ser existir. Sem luz. Sem som. Sem peso(s).

24
Mar20

Entre uma voz conhecida e uma serena...

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Entre uma voz conhecida e uma serena, reencontrei a minha.

Andei perdida até decidir refazer os passos da minha calma e voltar ao Estoicismo. Saber a diferença entre o que se pode ou não controlar. 

  • Meditação
  • Filosofia
  • Gratidão

As previsões catastróficas deixo-as de parte. Não controlo o resultado. Controlo ficar em casa.

 

"I may wish to be free from torture, but if the time comes for me to endure it, I'll wish to bear it courageously with bravery and honor. Wouldn't I prefer not to fall into war? But if war does befall me, I'll wish to carry nobly the wounds, starvation, and other necessities of war. Neither am I so crazy as to desire illness, but if I must suffer illness, I'll wish to do nothing rash or dishonorable. The point is not to wish for these adversities, but for the virtue that makes adversities bearable.”

Seneca, Moral Letters, 67.4

 

 

17
Jul19

Houve uma época...

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Houve uma época em que via televisão.

A essa época seguiu-se uma morte. Não o instante, que esse é rápido, mas o processo de morrer nem sempre é brusco. Um dia aqui; um dia não. 

Nesse processo deixei de ver o telejornal. Parecia-me sinistro, ainda que extraordinário, que num planeta tão grande só conseguissem noticiar catástrofe, tristeza, miséria. Hoje, as notícias que leio são as que escolho ler. Não sou invadida à hora do jantar pela angústia de tudo o que não posso mudar no mundo.

Em determinada altura vi programas que não tinham outro intuito senão o de me manter num estado de estupor, passando o tempo sem analisar a vida. Numa dessas tardes terei ouvido a Oprah Winfrey falar num “diário da gratidão”.

Desde essa altura que o faço, falhando o registo num ou noutro dia, mas não o hábito porque esse foi adquirido e tornou-se parte de mim. Consigo sempre encontrar três coisas pelas quais estar agradecida. Mesmo nos dias em que não sei se o que me molha a cara é a água do duche, da chuva ou as lágrimas. Mesmo nas noites de insónia, quando sei que são as lágrimas o que tenta forçar caminho contra as pálpebras teimosamente cerradas.

A presente época é de mudança de hábitos, porque a definição de loucura é repetir a mesma coisa variadíssimas vezes esperando um resultado diferente.

Ver menos televisão foi uma das mudanças. Com mais séries à disposição que horas num dia, optei pela leitura. Pela meditação. E foi assim que hoje relembrei a Oprah Winfrey, do outro lado do mundo, a iniciar-me no diário da gratidão.

 

Let not your mind run on what you lack as much as on what you have already - Marcus Aurelius

 

 

07
Jul19

Livre Arbítrio.

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Livre arbítrio. A capacidade que, na essência, nos torna humanos. Temos vindo a abdicar dela porque, a curto prazo, as consequências parecem ser menos difíceis do que aquilo que é inerente à escolha: a responsabilidade. 

Escolher implica uma decisão consciente daquilo pelo qual se opta. Pode correr bem. Pode correr mal. Mas... E se?... Acaba por ser mais fácil assumirmo-nos vítimas das nossas circunstâncias, miseravelmente infelizes nas nossas vidas; culparmos o sistema por tudo aquilo que fazemos sem gostar e por tudo o que gostamos e não fazemos. 

Ainda assim, essa caminhada cega pelo caminho dos outros tem uma escolha nossa, ainda que não consciente: a de abdicarmos da liberdade.

Uns serão mais afortunados que outros. Uns terão mais oportunidades que outros, mais possibilidades de entre as quais escolher. Mas todos temos uma opção. 

Greg McKeown propõe reformular o discurso, passando de um “tenho que” para um “escolho porque”... e o motivo dependerá de cada um de nós, mas só ao identificá-lo é possível discutir alternativas.

Em última instância, a nossa maior responsabilidade é para connosco para que, estando bem, possamos trabalhar no sentido do bem comum. Numa sociedade de valores nem sempre coincidentes com os nossos, abdicar da capacidade de escolha é entregar aos outros a definição da nossa vida. 

 

Tim Ferriss Podcast - Greg McKeown on How to Master Essentialism

 

Tim Ferriss Podcast - Seth Godin on How to Say “No”, Market Like a Professional and Win at Life

 

The world’s worst boss - Seth Godin

That would be you.

Even if you’re not self-employed, your boss is you. You manage your career, your day, your responses. You manage how you sell your services and your education and the way you talk to yourself.

Odds are, you’re doing it poorly.

(...)

05
Jul19

É chegada a altura...

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É chegada a altura de voltar a Beethoven.

Escolhi a Patética. Irónico.

Ainda assim opto por acreditar que move, apenas. Nem dó, nem piedade, nem ridículo. (Co)move.

Foi o primeiro transdutor das minhas emoções. O que quer que martelasse de Beethoven saía em harmonia, em beleza, em leveza, em menos dor. Uma espécie de meditação em si mesma.

26
Jun19

Feliz. Segura. Bem. Em paz.

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Feliz. Segura. Bem. Em paz.

Hoje é o centésimo dia. Meditação diária, umas vezes mais bem sucedida que outras. 

Uma em concreto marcou-me; pela dificuldade. Não recordo já se imposta pela voz que guia a meditação ou se por mim. 

May I be happy. May I be safe. May I be well. May I be at peace.

Repetido. Eu. Os meus. E depois a parte que não recordo se me impus ou foi sugerida: tu. Conseguir desejar-te o mesmo... apesar da dor. Muito difícil.

21
Jun19

O tempo ou a noção do mesmo.

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O tempo ou a noção do mesmo.

Hoje é o dia mais longo do ano. O mais longo sozinha. Mas, dado tempo suficiente, não há nada que não seja um mero piscar de olhos na eternidade, que o tempo tudo apaga, até quem poderia vir a ter memória  dele.

Não sou de lembranças profundas ou distantes, mas assumo alguma ansiedade perante a ideia deste tempo todo não ser tempo nenhum. A inexorabilidade de todas as mudanças e esquecimentos. De ser tudo normal, tudo banal, tudo mortal. 

E eu onde? E eu quando? Em que função? Para que fim? “What brings no benefit to the hive brings none to the bee”, pode ler-se no livro sexto das meditações. A abelha, porém, não sabe que existe tempo a pensar ou a perder.

Continuo a não acreditar que fingirmo-nos irracionais resolva a ansiedade que a realidade da existência humana pode acarretar para alguns. Partilhando mais talvez fosse menos tempo o tempo do desespero.

 

How swiftly unending time will cover all things, and how much it has covered already! - Marcus Aurelius, Meditations

 

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19
Jun19

Estou hoje fragmentada.

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Estou hoje fragmentada. Dispersa em sentidos vários sem direcção evidente. A submersão iminente no caos fundido como alumínio.

Não sei ao certo nomear as minhas amarras, mas sinto-as próximas, a infiltrarem-se, apagando aos poucos o hoje feito ontem.

Ah, África! O quanto me purgas a alma. Pudesse eu voltar a estar aqui e acolá ao mesmo tempo.

Resta-me a consciencialização de todas estas emoções, tão inúteis quanto passageiras, trazendo-me de volta ao que é, agora.

31
Mai19

Depois de analisado...

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Depois de analisado, considero que foi um mês bom.

Consegui manter uma série de hábitos que me trazem tranquilidade:

• Reescrevi o meu ideal e tenho vivido em concordância;

• Inscrevi-me na Dråpen i Havet;

• Mantive o estudo do estoicismo, através de Séneca e Marco Aurélio;

• Registei os meus dias no caderno, juntamente com os motivos de gratidão;

• Escrevi sempre os 3 a 5 parágrafos diários; por vezes mais, tantas vezes sem vontade nenhuma;

• Fiz exercício físico entre 3 a 4 vezes por semana; notei que me custou a semana em que só fui 3 vezes;

• Arrumei a casa toda depois da senda do jogo minimalista;

• Voltei a fotografar e percebi que é uma das coisas que me mantém focada no presente. Hoje brinquei com as minhas cores.

Que o próximo seja parecido ou melhor.

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