Não li uma única linha...
Não li uma única linha do livro Meditations durante as férias.
Ia preparada para lidar com a minha solidão e enfrentar os meus demónios, mas o que encontrei foram gargalhadas sinceras às refeições e apoio genuíno nos intervalos.
O mais que mantive diariamente foram as minhas meditações, a eterna lista de gratidão e as reflexões escritas (não as que aqui deixo).
Marco Aurélio ficou de parte até hoje, de regresso à assépsia da (suposta) civilização. E, de repente, fez-me sentido a insistência de Séneca em relação à filosofia; porque, ao ler, senti-me num outro recanto de mim, tranquilo, com sabor a lar.
Uma passagem marcou-me: “Death is a rest from the recalcitrance of sense, and from the impulses that pull us around like a puppet, and from the vagaries of discursive thought, and from our service to the flesh.”
Death is a rest. Death is a rest.
Voltei àquele quarto igualmente asséptico, ao olhar tranquilo do meu pai ao dizer-me “Tu não chores que eu vou só descansar”. E assim foi.