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com a cabeça entre as orelhas

com a cabeça entre as orelhas

07
Ago22

The Ticking Heart - Andrew Kaufman

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The Disappointment was just west of Unrealistic and Expectation,

(...)
There were more than fifty tables. They were all set for two. Every table was occupied by a couple.
None of the couples held hands. Few looked each other in the eye. Nobody was enjoying themselves. All the couples sat across from each other, arguing in their own unique way. Some yelled at each other. At other tables, one partner struggled to hold back tears while the other attempted to convey something complicated and hurtful. But by far the saddest couples, as far as Charlie was concerned, were the ones who weren't saying anything to each other, the candles flickering in front of them as they silently stared at entrees that had already turned cold.

19
Jun21

Não imaginava eu que a Filosofia viria a ser um bote salva-vidas.

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Não imaginava eu que a Filosofia viria a ser um bote salva-vidas. Não aos 16 anos, quando a estudava oficialmente e ainda que a Lógica me fascinasse.

O meu regresso à Filosofia surgiu de uma necessidade de estrutura mental. Da sensação de vertigem num mundo ao qual não sei dar sentido.

A maior paz que consigo sentir, à falta de uma qualquer religião, está nos períodos de leitura matinal. Nos estóicos encontro a leveza que me falta.

Sinto-me aluna oficiosa. A falhar, de forma repetida, nas tentativas várias de a aplicar à vida... mas foi o que me permitiu fugir ao algoritmo dos dias de hoje, decidindo deixar de jogar quando já não me interessa.

 

Don’t be a greater coward than children, who are ready to announce, “I won’t play anymore.” Say, “I won’t play anymore,” when you grow weary of the game, and be done with it. But if you stay, don’t carp. - Epictetus, Of Human Freedom

01
Ago19

Born Weird.

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“Until you realize that coincidences don’t exist, your life will be filled with them.” - Andrew Kaufman, in Born Weird

Hoje encontrei-me na descida lenta a um dos anéis do inferno que é passear pelo feed do instagram, comparando as vidas curadas de ilustres desconhecidos ao caos abraçado da minha. Na perfeição reluzente dos seus sorrisos pensados ponderava que não poderia ser tudo assim - ou será que pode?

Coincidentemente, tinha à espera a newsletter de Seth Godin na caixa de entrada do mail. Talvez seja possível viver em abundância; é preciso é saber orientar o foco.

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10
Jun19

Acabei o livro.

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Acabei o livro (Enigma Variations). Deve estar muito bem escrito porque senti toda a angústia. Aquela que já é minha também. Não foi fácil de digerir, ainda que o fim tenha sido um pouco anti-climático.

Satisfaz-me, contudo, ter percebido o instante a partir do qual nada, nunca mais, seria igual. 

De costas para a cidade, olhar perdido nas águas do Tejo, sabendo que aquele instante seria o último de paz, sabendo que o segundo imediatamente a seguir a levantar-me do banco deixava sentada a alma e arrastava o corpo por uma cidade vazia. 

Será isso o vinho da vida? A consciência exacta de cada instante pelo instante que é? Tenho tantas saudades daqueles minutos, ainda sentada. Antes de tudo.

23
Mai19

Persigo há semanas as ideias...

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Persigo há semanas as ideias que julgo pensar sem que consiga, de facto, condensá-las em frases com nexo. Fico sempre aquém. Estou quase a vê-las; quase lhes oiço a harmonia, mas tornam a evadir-se de onde nunca chegaram a ter forma ou cor.

Hoje será confuso, mas hoje terá que servir. 

A primeira vez que me senti em estado de consciência foi na 2ª circular, a caminho de um emprego que odiava, a ouvir a abertura do Sonho de uma Noite de Verão de Mendelssohn. Nas próximas horas estaria provável e certamente a viver contra a minha noção de verdade, mas naquele instante, o crescente das cordas, metais e percussão era tudo. Era aquilo. Naquele instante. Ali. 

A segunda vez que me senti em consciência foi num duche, quando consegui aperceber-me de cada milímetro de pele em que as gotas de água quente tocavam. Era aquilo. Naquele instante. Ali.

E depois a vida meteu-se no caminho e perdi o fio condutor, enquanto tecia com ele considerações sobre nada que pudesse controlar.

Na minha viagem em busca daquele instante em que existir bastava, encontrei filosofia e mindfulness.

A tentativa confusa de síntese:

As minhas emoções são consequência dos meus pensamentos sobre as situações actuais; não são emoções de forma absoluta, ou seja, se isoladas do contexto do julgamento inicial. Alterando este, no centro racional do meu ser, talvez consiga alterar as emoções. Mas será necessário alterá-las? Ou bastará apenas reconhecer-lhes a existência, como ao crescente das cordas, metais e percussão em Mendelssohn ou às gotas de água quente que beijam a pele, e aceitá-las como entidades que surgem e, dado o tempo necessário, desaparecem sem que, em nada, alterem a essência da minha consciência?

O sentido da vida faz-me sentido se for concordante com os meus valores; com a virtude existente em cada ser humano como parte integrante de um universo. A felicidade encontra-se nesses instantes vários, episódicos, de consciência do que é, mais ainda se as acções estiverem em concordância com a nossa virtude. 

O treino desta consciencialização permite reproduzir esses vários instantes, ao longo do tempo, ao longo da vida, de modo a serem cada vez mais frequentes.

Hoje é confuso, mas por hoje serve. E, por favor, não me tragam Descartes para a equação, que essa variável para mim (ainda) é incógnita.

 

“(...) each of us lives only in the present, this fleeting moment of time, and that the rest of one’s life has already been lived or lies in an unknowable future. The space of each person’s existence is thus a little thing (...)” - Marcus Aurelius, Meditations.

 

 

22
Mai19

Acabei hoje a leitura...

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Acabei hoje a leitura do livro The Waterproof Bible de Andrew Kaufman. Comprado há quase 10 anos, ficou adormecido à espera do seu dia. E esse dia foi há pouco mais de uma semana, quando o reencontrei ao enquadrar o escritório e as suas estantes no minimalismo.

Ontem, uma das passagens marcou-me. Quando deus, na forma feminina e desesperada com a incompreensão humana, desabafa o seguinte:

“But at least I’m not running around putting a beginning, middle and end on everything”, she said, letting go of his collar. (...) “Have you people never noticed that there’s a central flaw? No? Here comes the clue - the only difference between a happy ending and a sad ending is where you decide the story ends.”

Quase de propósito, num encontro agendado há tanto tempo atrás, terminei ontem a tarde numa conversa invulgar, não obstante familiar, com um estranho que me leu antes de me conhecer. Em conjunto, desconstruímos ideias para chegar aos afectos.

E foi aqui que fiquei: é legítimo retirar algumas coisas das relações humanas, como a descoberta do outro e de nós; inspiração; prazer. Mas não faz sentido, nem é justo para nenhuma das partes, querer retirar do conjunto partilhado o que cada um de nós julga que uma relação deve ser ou parecer.

Nessa leveza senti que o erro não era teu, nem meu, nem de ninguém. Teria bastado ser o que foi ainda que coisa nenhuma. Talvez eu tivesse tido que mergulhar nesse mar revolto para quase me afogar e, nessa morte figurativa, chegar mais perto da minha própria humanidade. 

Foi nesse sentido que tentei aproximar águas... mas tu tiveste que as separar novamente no comentário final. 

Talvez seja pelo melhor. 

Que tenhas paz. 

Que estejas tranquila.

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