Pára o tempo e os gritos em redor.
Pára o tempo e os gritos em redor. Diz porque teimas em seguir pela rua dos candeeiros apagados.
Pára e escuta: eles continuam. Atacam em síncopes sucessivas.
Pára o tempo. Silencia a dor. Inventa espaço.
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Pára o tempo e os gritos em redor. Diz porque teimas em seguir pela rua dos candeeiros apagados.
Pára e escuta: eles continuam. Atacam em síncopes sucessivas.
Pára o tempo. Silencia a dor. Inventa espaço.
O azul que te leva tem a velocidade dos ventos do deserto que deixa para trás.
Despojado. Como se nada, jamais, o tivesse habitado. Grãos de areia caídos entre os dedos, como a vida ao entardecer.
Árido. Como se ninguém, jamais, tivesse bebido do seu oásis esquecido.
O azul que te leva tem a força do que teima em resistir.
Mas nada estremece; nada cala; nada sente. Nunca nada mais perto.
Há 5 anos uma morte. No tempo que se seguiu pareço não ter alcançado muito. Podiam ter sido 5 dias.
No que a vida dos outros avançou, na minha apenas as rugas gritam o tempo. Podiam ter sido 5 dias.
Há 5 anos uma morte. Há 5 anos era sábado também.
“Within your secrets lies your sickness,” Dr. Talbott had said to me when I talked to him (...)
Amanhã será melhor... e nada será tão mau quanto a realidade de quem cá está, sem possibilidade imediata de fuga.
Imagino a partida acabada de chegar, mas talvez porque a noite torna tudo pardo, indistinto... perde-se o foco.
Um dia, quando a noite chegar, a sensação será de ter conquistado os medos e, com eles, a vida.
Não consigo. Ainda não.
Cada passo dado dois apagados.
Mantenho o olhar no horizonte, perdido, esperando deixar de esperar.
O amanhã é hoje...
Tremo, confesso.
Talvez se adiar... Talvez se evitar... mas nada é contrário ao homem. Nada de errado pode acontecer que não vá efectivamente acontecer. Fazendo paz com esta verdade talvez possa existir naquele contexto.
Acordei com a sensação de ter vestido um sonho que não me lembro de ter sonhado. Não o consegui largar ao longo do dia.
Como roupa molhada, colada à pele, a tolher os movimentos na humidade absorvida sem a sensação de frescura.
A mesma frase sentida como tão verdadeira quanto os meus ossos doridos: sou pior que 25 anos de solidão.
Preciso de me despir de ti. De que terei medo? De ser livre?
Na despedida do dia, com o sol a baixar no horizonte, o olhar desta criança devolveu-me à vida.
'Cause how it looks right now to me
Is you are scared of the danger
Que dia cheio!
Cansaço, natureza, fome, medo... tudo.
Hesitei. Nos momentos mais difíceis pensei em ti, sem esquecer a mensagem inerente... Vieste agarrada às emoções negativas.
Depois dos animais, das travessias de pontes inacabadas com tábuas instáveis, voltar a ver gente foi delicioso. Todos nós sujos. A jogar à bola com miúdos, como se a idade fosse igual a nada.
Vazaha! Estrangeiro Branco. Fomos nós todos!
Ao meu lado, um homem de Nova Deli, pouco mais novo que eu, ao preencher os papéis das formalidades necessárias à chegada a Antananarivo, subtraiu o ano de nascimento ao corrente para saber quantos anos tinha.
Invejei-lhe a completa ausência de noção do número de anos de vida.
Também eu lhe imaginei uma história, talvez mais interessante que a real... mas os anos dele devem ter mais vida que os meus, se chegou ao ponto de lhes perder a conta.
Chorei a manhã toda pelos corredores do aeroporto de Lisboa. A voz maternal repetia do outro lado da ligação “Estás livre, livre, livre!”. Não se perdeu em mim a ironia da expressão.
Reparei no olhar atento de uma senhora ao passar por mim; atento no meu inundado de lágrimas. Que história terá imaginado para mim? Certamente menos patética que a real.
Adormeci com Beethoven nos ouvidos e o livro esquecido no colo. Não abri os olhos através da turbulência, mas apenas a tempo de ver a sombra que tinha deixado atrás tornar a aproximar-se de mim... esperando que mais leve.
Nem de propósito deparei-me com esta entrada num outro blog.