É mais fácil aceitar que x deixou y por 2x. É mais fácil escolher lados. É mais fácil tomar partidos.
Mas ninguém esteve lá. Ninguém esteve lá quando x, durante 4 anos, teve que sair de casa mais cedo para não se cruzar com a empregada doméstica; ninguém esteve lá daquela vez que x teve que se despachar à pressa e sair pelas escadas para não se cruzar com z. Ninguém esteve lá quando y e x decidiram tentar novamente, sabendo que seriam necessárias mudanças. Mudanças que existiram, na fórmula de w, mas que se ficaram por aí. Ninguém esteve lá quando x teve como resposta de y “não me faças escolher...”, guardada nas reticências a certeza de que a escolha não recairia em x. Ninguém lá esteve.
Mesmo quem lá esteve descarta, com um sacudir de ombros, tudo isso como estando de acordo com o eixo do seu tempo. Não creio sequer que tenha compreendido - ainda hoje - a dor profunda, as cicatrizes do passado que esses “nadas” abriram. Nenhum reconhecimento genuíno pela dor provocada.
A fórmula matemática de 2 vidas em 1 relação é bem mais complexa. É mais fácil, portanto, compreender esta simples “verdade”: x deixou y por 2x. E isso faz com que x não queira fazer parte desse conjunto.
Quando b entrou na equação e prometeu, sem cumprir, o que y nunca prometeu, houve um sorriso escarninho de vitória. Sem que se tenha detido, por um instante, na mágoa que esse sorriso provocou. Na conclusão: - Quem quer que encontres, o que quer que te prometam, x, nunca será real ou completo. E isso magoa pela constatação em si e pela ausência de consideração pela dor inerente a essa cruel verdade.
I was already missing before the night I left
Just me and my shadow and all of my regrets