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com a cabeça entre as orelhas

com a cabeça entre as orelhas

09
Ago22

O azul que te leva tem a velocidade dos ventos do deserto…

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O azul que te leva tem a velocidade dos ventos do deserto que deixa para trás. 

Despojado. Como se nada, jamais, o tivesse habitado. Grãos de areia caídos entre os dedos, como a vida ao entardecer. 

Árido. Como se ninguém, jamais, tivesse bebido do seu oásis esquecido. 

O azul que te leva tem a força do que teima em resistir. 

Mas nada estremece; nada cala; nada sente. Nunca nada mais perto.

05
Ago22

Revisited

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Revisited 

 

Outra noite de olhos abertos.

Oiço os passos arrastados da saudade.

Sem grande espera o passado chega de assalto, impregnando o ar com a sua podridão... e tudo o que existe é... nada.

A música preenche o vazio em tonalidades menores.

Se ao menos pudesse... voltar atrás, correr à frente... antecipar a dor e a perda.

Amanhã. Amanhã torno a sentir.

I’m somewhere in between what is real and just a dream...

26
Jun21

Foi assim que me despi do pensamento mágico.

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Foi assim que me despi do pensamento mágico. Joelhos junto ao peito, pernas cruzadas, mãos dadas entre si. Aninhei-me o melhor que pude, recortada de encontro ao vazio que deixaste no colchão.

Foi assim, coberta de lágrimas, que esperei a tranquilidade da noite que não chegou.

Foi assim até que o silêncio engoliu as dúvidas e a manhã despertou na certeza da solidão.

06
Jun20

Há 5 anos uma morte.

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Há 5 anos uma morte. No tempo que se seguiu pareço não ter alcançado muito. Podiam ter sido 5 dias. 

No que a vida dos outros avançou, na minha apenas as rugas gritam o tempo. Podiam ter sido 5 dias.

Há 5 anos uma morte. Há 5 anos era sábado também.

 

“Within your secrets lies your sickness,” Dr. Talbott had said to me when I talked to him (...)

24
Fev20

Mais um aeroporto. Outra espera.

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Mais um aeroporto. Outra espera. 

Um livro e um café entornado sobre ele e ninguém levantou a cabeça da supernova que cada um segura nas mãos. Os olhares perdidos no seu movimento helio(ego)cêntrico. Quando dei por mim a iniciar esse mesmo movimento de fuga, passeando repetidamente pela vida dos outros nas mesmas aplicações, apaguei-as.

Fico com o aborrecimento, com o não saber o que fazer às mãos. Como se a evolução, na oponência do polegar, tivesse permitido à espécie humana sair dos ramos das árvores para a solidão dos smartphones.

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